Eleições gerais na Venezuela, voto pela soberania e pela paz.


Mesmo com chuva intensa o povo saiu para votar


Pedro César Batista

A realização da 32° eleição na Venezuela, neste 25 de maio, domingo, ao longo de 27 anos, desde que o comandante Hugo Chávez Frias foi eleito presidente em 1998, é muito mais que a escolha de governadores e parlamentares, tem a representação de uma sociedade em permanente transformação, mobilização social e o debate popular sobre os rumos da sua história na conquista da soberania e dignidade de seu povo.

Participam 54 partidos para a eleição de governantes em 24 estados e para 284 deputados que integrarão à Assembleia Nacional, prefeituras e assembleias estaduais em todo o país. Acontecerá a primeira eleição em Guiana Esequibo para a escolha de todos os representantes deste estado venezuelano e que terá grande importância para a soberania nacional. Estão aptos a votar 21.507.072 eleitores.

Observadores internacionais comprovam mobilização social

A eleição está sendo acompanhada por mais de 300 observadores internacionais de 53 países, entre os quais me incluo, representando o Comitê anti-imperialista general Abreu e Lima e o capítulo Brasil, da Internacional antifascista. Esta é a quarta eleição que acompanho na terra de Chávez e Bolívar.

Os observadores internacionais estão distribuídos por várias cidades e pela capital da Venezuela, onde veem a expressiva participação para a escolha de seus representantes e em um clima de tranquilidade e paz. Em algumas regiões ocorreram fortes chuvas pela manhã, mas isso não impediu o povo de chegar aos locais de votação.

A eleição, assim como as anteriores, acontece dentro de um cenário de guerra, quando os setores ligados aos EUA e que sempre se apropriaram das riquezas nacionais em benefício próprio usam todos os meios para tentar confundir a população.

Na semana passada, o ministro Deosdado Cabello desmontou uma ação de mercenários que entrariam pela fronteira com a Colômbia e pretendiam atacar embaixadas, órgãos públicos e populares, mas foram presos antes de agirem o fez reforçar a vigilância diante da ameaça terrorista.

Direita dividida

Nesta eleição geral, a direita se dividiu. O grupo de Maria Corina e Juan Guaidó não participa da eleição, enquanto o grupo de Capriles lançou candidatos para a Assembleia Nacional, Governos estaduais, assembleias estaduais, prefeituras e vereadores.

Todas as tentativas têm sido feitas pelos EUA, que sustenta a extrema direita fascista, para tentar impedir o avanço da democracia popular, a construção do Poder Popular e a Revolução Bolivariana, sempre eles tem sido derrotados.

A constituição nacional da Venezuela fundamenta-se na construção de uma democracia participativa, o que representa um grande salto qualitativo no processo democrático e revolucionário, que se sustenta nas Comunas e permanente mobilização da união cívico militar.

Seminário Venezuela vota pela Paz e contra o fascismo



Antes da eleição, na sexta-feira, 23, aconteceu o Seminário Venezuela vota pela Paz e contra o fascismo, com a presença de todos os observadores internacionais.

Durante o seminário, o secretário Executivo da Internacional Antifascista, Rander Peña, também vice ministro de Relações Exteriores, destacou que "a extrema direita ao não aceitar a derrota aposta na violência contra o povo e o governo", como feito em 28 de julho de 2024, quando mataram 27 pessoas por não aceitarem a reeleição do presidente Nicolás Maduro.

“Para o fascismo a regra é não respeitar as regras, por isso se sustentam em fakenews que são disseminadas pelo mundo, entretanto sem ter nenhum respaldo com a realidade da população venezuelana”. Peña afirma que "se a Venezuela cai, uma esperança para os povos livres do mundo se dissolveria".

Juan Carlos Frometa, do departamento de Relações Internacionais do Partido Comunista de Cuba, afirmou que os povos cubanos e venezuelanos sofrem as consequências do criminoso bloqueio imposto pelos EUA. Denunciou a “a mais vil criminal e longa barbárie enfrentada pelo povo Palestino” destacando que é uma obrigação defender o fim da barbárie que o povo palestino sofre.

Frometa ressaltou que “o inimigo não está parado, precisamos estar atentos, unidos e mobilizados para enfrentar a guerra midiática e o terror imposto pelos fascistas”. “Temos que trabalhar na Unidade de ação, assim seguiremos avançando contra o inimigo dos povos do mundo”, disse.

A ex-embaixadora da Argentina na Venezuela, Alicia Castro, disse que a criação da Internacional Antifascista mostra a força da revolução Bolivariana, ao conseguir reunir mais de 70 países para atuar de forma unificada contra um inimigo comum. “Os fascistas criarão novas narrativas para tentar desacreditar a eleição do dia 25”, lembrou.

Denunciou que os EUA seguem aplicando a Doutrina Monroe, uma ideologia que acreditam que os povos de América estão em seu quintal. “A coragem é contagiante, por isso estamos aqui para receber a coragem do povo venezuelano, do presidente Nicolás e da revolução Bolivariana”, ressaltou Alícia.

O objetivo dos EUA é atuar para impedir que a Venezuela estabeleça cumpra o papel de liderança na região, “por isso o linchamento midiático imposto”. A ação dos EUA tem “a matriz da mesma situação que fizeram contra Líbia e Kadaf, criaram o governo paralelo e depois assassinaram Kadaf. Não conseguiram na Venezuela devido a elevada mobilização e consciência política do povo venezuelano”, afirmou a diplomata argentina.

O comando sul dos EUA segue fazendo ameaças ao governo venezuelano.

O fascismo age para tentar impedir o avanço das forças populares e progressistas no mundo, por isso o exemplo da resistência heroica tem a característica da vitória popular em Venezuela.

A criação de Juan Guaidó teve a finalidade de dizer ao mundo que na Venezuela havia divisão com dois governos. Não conseguiram. Tentaram novamente com Edmundo González. Novamente perderam. E a Venezuela segue vencendo. Isso fez com que o governo venezuelano passasse da resistência para a ofensiva.

Forma-se uma nova ordem mundial, com nações que não se sujeitam às imposições dos EUA. Um mundo novo nasceu e avança e todos somos parte, disse Alicia Castro.

É fundamental fortalecer a unidade latino-americana e caribenha, que una povos e governos. Tudo começou com o comandante Fidel Castro Ruz e segue avançando.

O rechaço a ALCA mostrou a força do povo, mesmo quando todos os governos já haviam aceitado esse projeto colonial. Foi a mobilização popular que impôs esta vitória aos povos. Como em 1945, novamente a força dos povos derrotará o fascismo.

A ex-embaixadora da Argentina fez um chamamento por uma grande revolução latino-americana e caribenha, como foi a liderada por Simon Bolívar.

Resistir e avançar na Revolução Bolivariana



Enquanto as votação continua ao longo deste domingo, é preciso que todas as forças políticas do Brasil e demais nações latinas e caribenhas, que defendam a soberania e autodeterminação dos povos, combatam o fascismo, o sionismo e o nazismo, tenham compromisso com a conquista dos direitos a uma vida digna para a classe trabalhadora e todo o povo, estejam atentas e dispostas a enfrentar o neoliberalismo e o imperialismo, pois, mesmo com a Venezuela possuindo um dos sistemas eleitorais mais seguros e com ampla participação popular e democrática, a extrema direita seguirá com suas mentiras e seus ataques às eleições gerais deste 25 de maio, como tem feito desde a eleição, em 1998, do comandante Hugo Chávez Frias.

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