Os EUA seguem usando a imprensa serviçal para causar discórdia entre os povos.



Pedro César Batista

Tive a honra e alegria de estar em Manágua, acompanhado de uma delegação de 13 brasileiros, participando das comemorações do 45º aniversário da Revolução Sandinista, sentindo a alegria e disposição do povo nicaraguense em seguir a construção das transformações iniciadas com a conquista pelas armas, em 1979, e retomada, agora em sua segunda etapa, pelo voto, a partir de 2007.

No ato oficial estavam presentes representações de dezenas de países, entre os quais alguns fizeram uso da palavra e destacaram a amizade e solidariedade entre os povos como o centro da luta pela paz, não apenas na Nicarágua, mas em todo o mundo, diante da agressividade com que os EUA e seus satélites europeus tem aplicado contra qualquer nação que ousa seguir seu destino decidido por seu próprio povo, especialmente aqueles que não se curvam aos interesses do imperialismo estadunidense. A população nicaraguense tem fortes tradições católicas, inclusive o presidente Daniel Ortega e a vice-presidente, Rosário Murilo. Os católicos desde o processo revolucionário têm sido força fundamental na construção de uma nova sociedade, em que as conquistas sociais, asseguradas pela organização e mobilização popular seguem avançando.

Assim como no Brasil, também há setores religiosos que atuam para desestabilizar a sociedade e o Estado. Em 2018, a embaixada dos EUA, apoiada por alguns religiosos serviram como base para que grupos terroristas, financiados diretamente pela Casa Branca, praticassem as guarimbas, incendiando prédios públicos, assassinando civis e militares, tentando criar um clima de medo e terror. O governo sandinista conseguiu abafar os atentados e identificar todos os criminosos, que foram presos, julgados e condenados. O que qualquer nação, fundamentada em sua legislação, deve fazer para garantir a ordem e a tranquilidade social.

Neste momento, quando a Folha de São Paulo, logo depois de ter realizado uma intensa campanha – que segue – contra a reeleição de Nicolás Maduro, inicia uma campanha para desestabilizar as relações entre o Brasil e a Nicarágua. Um papel sujo, alimentado por setores recalcitrantes existentes dentro do Itamaraty, que tem a única finalidade de criar a desestabilização da região, uma das estratégias dos EUA, baseada na Guerra Híbrida, quando usam um terceiro agente para provocar crises políticas internas e externas e atuar combater a soberania dos povos, o Direito Internacional e assegurar que sigam avançando no roubo das riquezas dos povos latinos e caribenhos. Assim como não deram voz a Nicolás Maduro, não dão a palavra ao governo da Nicarágua, apenas acusam, com propagandas contra estes governos, com discursos elaborados a partir do Comando Sul. Inclusive não se pode esquecer que os traidores seguem pedindo que os marines invadam a Venezuela; agora atacam Nicarágua e mantêm Cuba sob o criminoso bloqueio que dura mais de 60 anos. Sobre isso a mídia hegemônica mantém silêncio.

É preciso estar atento, essas campanhas para desestabilização tendem a se aprofundar. Assim como fazem no Oriente Médio, pretendem fazer aqui. O governo do Equador invadiu a embaixada do México, em Quito, e o silêncio reinou. No Peru há uma presidente que não teve um voto, mantém há quase dois anos Pedro Castillo preso e nada se fala. Em El salvador todos os opositores de Bukele são encarcerados ou assassinados. Silêncio total.

Não podemos esquecer que a Folha de S. Paulo serviu diretamente a ditadura, inclusive cedendo seus prédios para que os presos políticos fossem torturados, um pastelão que segue cumprindo o sujo papel a serviço dos EUA e contra os interesses dos povos. Infelizmente funcionários do Itamaraty têm sido parceiros nestas ações previstas pela Guerra Híbrida, neste momento.

Não nos deixemos enganar pela propaganda feita pelos ventríloquos do Pentágono, verdadeiras aves de rapina, que tudo fazem para desestabilizar as nações que integram a Comunidade dos Estados Latino Americanos e caribenhos – CELAC, usando para isso a organização criminosa a serviço dos EUA, a OEA.

Pedro César Batsita, jornalista e escritor.

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