CRIADA FRENTE ANTIFASCISTA NO DF



A manhã do primeiro sábado de março de 2023 marcou um importante avanço na luta histórica das forças populares e democráticas no Brasil. Com expressiva participação de organizações sindicais, partidos políticos, movimentos sociais e anti-imperialistas, realizou um seminário para debater à luta antifascista, que decidiu pela fundação da Frente Antifascista do DF, aprovada ao final da atividade. No mesmo local, após o seminário, foi realizado um ato em homenagem ao Comandante Hugo Rafael Chávez Frias, pelo transcurso do 10º ano de sua partida física.

A abertura da atividade foi feita pela representante do Sindicato dos Trabalhadores da Industria Urbana – STIU, Rosângela Rosa, que saudou todos os participantes, destacando a importância e acerto na organização da atividade.



As atividades contaram com a exposição de representantes de diversas organizações, apresentando posições sobre o quadro histórico que os trabalhadores enfrentam, com o aprofundamento dos ataques do capitalismo, por meio de políticas neoliberais e a reorganização do fascismo, como instrumento para atacar a organização da classe trabalhadora e dos setores populares, para retirar os direitos conquistados em séculos de lutas e a privatização de setores estratégicos da economia brasileira. O dirigente da Central das Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil – CTB, Flauzino Antunes, destacou que o seminário foi um pontapé inicial para ganhar a população de Brasília, afirmou que “a principal tarefa que temos é conscientizar e organizar os trabalhadores na luta contra o fascismo, que busca impor retrocessos e privatizações”. “Em 1935 os galinhas verdes eram escorraçados das ruas, cabe-nos agora repetir o fato com os galinhas amarelas”, defendeu o sindicalista.

O representante do Comitê anti-imperialista general Abreu e Lima - CAL, Lucas Vargas, analisou a força da comunicação nos diversos veículos do discurso fascista, que se sustenta em mentiras, ataques às lutas do povo, com uma aparência de progressista, quando fala em liberdade de expressão para disseminar o ódio e a intolerância. “É preciso identificar as particularidades do fascismo no atual momento, para derrota-lo precisam os forjar a unidade do povo na luta contra o capitalismo e o imperialismo, a quem o fascismo serve”. O discurso anticomunista do fascismo busca garantir nos governos nacionais agentes a serviço do capital internacional, contra os interesses dos povos, mas serviçais do imperialismo, destacou.

Gabriel Araújo, do Movimento Nacional de Luta por Moradia – MNLM, defendeu a criação de um programa político unitário para fazer o enfrentamento ao bolsonarismo, a denominação do fascismo brasileiro. “É preciso aprofundar o debate e estudo sobre o fascismo dentro dos movimentos”, defendeu.

O representante da Coordenação Nacional de Lutas – Conlutas, Robson da Silva, saudou a iniciativa de realização do seminário pela sua importância histórica diante das tarefas que os trabalhadores têm em suas lutas. “Os EUA são o grande laboratório de formação do fascismo”, lembrou. Ressaltou que o “bolsonarismo tem como centro pensador os militares, por isso combater o bolsonarismo é combater o fascismo” . Afirmou que o maior inimigo da burguesia não é o fascismo, mas os trabalhadores organizados, “é preciso aprofundar o debate sobre o fascismo com trabalhadores, que organizados podem fazer muito mais na lua antifascista”.



Anderson Amaro, em nome do Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA, reafirmou a necessidade de se profundar o debate e a importância do seminário. “Existem no Brasil mais de 800 células nazistas organizadas”, lembrou, mostrando que a propagação da intolerância é uma das principais bases da disseminação do fascismo. “É preciso reverberar este debate em toda a sociedade, para combater o fascismo não basta constatações, precisamos superar o descenso das lutas populares e fortalecer o movimento popular para as lutas que estão dadas”, defendeu.

Guide Nunes, em nome do Setorial de Educação do PT – DF, apresentou dados estarrecedores sobre a população de Brasília. “A capital federal tem mais de 600 mil adultos sem o ensino fundamental completo. A escolaridade brasileira equivale ao que era a Europa há 100 anos. Mais de 40 milhões de trabalhadores no Brasil não tem o ensino médio”, informou o dirigente do PT. É preciso fazer esse debate com as classes trabalhadoras e populares para mudar esta realidade, seja o enfrentamento ao fascismo ou as mudanças sociais necessárias, disse.

O representante do Sindsasc - Sindicato dos Servidores da Assistencia Social e Cultural do GDF, Clayton Avelar, lembrou que as mobilizações dos fascistas têm a finalidade de combate todas as conquistas históricas da classe trabalhadora. “Uma Frente antifascista é uma frente antibolsonarista”, disse. Defendeu que se considerasse a Frente Antifascista do DF fundada durante o seminário, a qual deveria ter como eixo central à luta antifascista.



Thiago Ávila, do Movimento Bem Viver, destacou a necessidade de se compreender que o governador afastado de Brasília, Ibaneiz Rocha, representa o fascismo, por isso é preciso reforçar à defesa de seu afastamento definitivo do governo. “Combater o fascismo deve levar à construção do Poder Popular”, afirmou.

Em nome do Partido Comunista Brasileiro – PCB, Nina Sousa, ressaltou que a luta antifascista necessariamente é internacionalista, lembrou que as mesmas estruturas que prenderam Lula foram as que o libertaram, por isso não se deve ter ilusão com o Estado, que serve aos interesses contrários ao que a classe trabalhadora busca. “É preciso ter claro que o fascismo é internacional e com essa compreensão combatê-lo no Brasil”, destacou. “o PCB vê com entusiasmo a criação da Frente antifascista, precisamos nos inspirar na resistência do povo peruano contra a ditadura fascista de Dina Boluarte e cultivar a memória das lutas históricas da classe trabalhadora, lembrou Nina.

No final foi aprovada a criação da Frente Antifascista, que definiu a realização de uma plenária de estruturação para o próximo dia 18 e a construção de um grande ato para o dia 31 de março, com o mote “Sem anistia para fascistas e golpistas”

Fizeram uso da palavra também Lucas Barbosa, do Sindsefe, Pedro Batista e Alfredo Alencastro, ambos do Comitê Abreu e Lima e Bentilho, do Café Bolchevique. A mediação do seminário foi feita por Cristina Soares e Alex Castro.

10 ANOS DA PARTIDA FÍSICA DE HUGO CHÁVEZ



Assim que o seminário encerrou, deu-se início a homenagem ao comandante Hugo Chávez Frias pelo transcurso do 10º ano de sua partida física. Todos os presentes ressaltaram a importância do exemplo e pensamento de Chávez na luta anti-imperialista, antifascista e na construção da união entre os povos.

O ato foi aberto pela apresentação musical do Duo Eleni & Chico e a realização de uma mística, com a declamação de um poema, pelos militantes do MPA, Daniel, Olga e Mateus.





A encarregada de Negócios da Embaixada da República Bolivariana da Venezuela, Irene Rondon, saudou todas as organizações e representações diplomáticas presentes, agradeceu a solidariedade que sempre receberam, dos movimentos sociais brasileiros, reafirmou a importância do pensamento do comandante Hugo Chávez, que segue animando e inspirando povos de todo o mundo na busca da construção de uma sociedade mais justa e igualitária, o que provoca a ira dos agentes do imperialismo, que alimentam o ódio contra à transformação em curso na Venezuela.



Fizeram uso da palavra representantes de diversos movimentos sociais, todos lembrando de momentos gloriosos da vida do Comandante Hugo Chávez, desde seu papel em sintetizar os exemplos e pensamentos de Simón Rodrigues, Simón Bolívar e Ezequiel Zamora, o incentivo a criação de organismos regionais que fortaleceram a amizade e unidade entre os povos de Nossa América, a solidariedade aos povos vítimas dos ataques do imperialismo e a parceria com Cuba para a criação da Escola Latino Americana de Medicina, em Caracas, fortalecendo a saúde pública para servir aos que o capitalismo não oferece nada, além das mentiras que o fascismo propaga e o aprofundamento da exploração e ataques, como os bloqueios que Venezuela, Cuba e Nicarágua sofrem.



A atividade, coordenada pelo Comitê anti-imperialista general Abreu e Lima, contou com a presença da representação das Embaixadas da Venezuela, a Encarregada de Negócios, Irene Rondon, e os diplomatas Pilar e Edgar; a embaixadora da Nicarágua, Lorena Martinez; A conselheira política da Embaixada de Cuba, Idalmis Brokks e de Bernardo, do consulado cubano; e do cônsul da Bielorrússia, Konstantin Snegovskoy, países que resistem aos ataques do imperialismo, além de movimentos, sindicatos e partidos.

(pcb)

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