Honrar os mártires de Carajás na luta contra o fascista e o genocídio

A Frente Nacional de Luta Campo e Cidade – FNL, com outras organizações, realizou uma marcha em Brasília na tarde de sexta-feira, 16, marcando os 25 anos do massacre praticado pela PM do Pará, na Curva do S, na PA-150, próximo a cidade de Eldorado de Carajás, que deixou um saldo de 19 mortos e 69 feridos. A PM, a serviço de latifundiários usou rifles e metralhadoras para desobstruir a rodovia, quando os lavradores reivindicavam terra para morar e trabalhar.

Marcha segue pelo Eixo Monumental - Brasília - 16 de março de 2021

A manifestação na Capital Federal reuniu movimentos sociais e partidos políticos que se dispuseram a marchar unidos neste grave momento em que o Brasil se aproxima de 400 mil mortos pela covid-19, com o governo incentivando a morte, propagando o kit-preventivo, deixando faltar insumos médicos nos hospitais e com o miliciano genocida, o defensor de torturadores e assassinos, continuamente ameaçando aprofundar o golpe, implantar uma ditadura, fechar o STF e colocar sua milícia para matar e eliminar seus opositores.



O deputado distrital, Fábio Felix (PSOL), dirigentes sindicais, entre os quais o presidente do SINDSASC, Clayton Avelar, o militante do Subverta, Thiago Ávila, e Caio Sadi, dirigente de FENET e da UP, (os dois últimos foram presos durante o despejo ilegal que o governador de Brasília realizou contra 30 famílias emárea nobre de Brasília) e muitas liderenças e ativistas acompanharam a marcha. A unidade esteve presente pela diversidade de forças, todas comprometidas com a derrota do governo inimigo do povo brasileiro e na defesa de terra, trabalho, moradia, liberdade e vacina para toda a população. Todas as forças políticas de esquerda foram chamadas para a construção da ação.

Trabalhadores, mulheres, homens e crianças, em luta pelos seus direitos e em memória aos mártires de Carajás

A marcha mostrou a força da luta do povo, que entre 14h e 18h caminharam sob o forte sol de Brasília, reuniu trabalhadores dos Acampamentos Margarida Alves, Nelson Mandela, Che Chevara, Rosa Luxemburgo, Carlos Lamarca, Dandara, 10 de junho e Carlos Marighellapados, de diversas categorias, estudantes e crianças que, acompanhadas de suas mães, seguiram os quase 7 quilômetros que separam o Palácio do Buriti, sede do governo do DF, e o Congresso Nacional. As bandeiras e faixas tremularam na defesa da reforma agrária, do direito a moradia, do trabalho, vacina para toda a população imediatamente e a exigência do afastamento, julgamento e condenação do presidente genocida, principal responsável pela dor e sofrimento que o povo brasileiro enfrenta. Mais da metade da população não tem o que comer, enquanto o genocida segue com seus crimes, impunemente.

Sindicalistas apoiam a luta contra os despejos criminosos do governo Ibaneis

Mais uma vez chama a atenção o boicote da mídia corporativa ou não ao ato, que reuniu aproximadamente 2 mil pessoas, todas com máscaras, devidamente organizadas para manter o distanciamento e enfrentando, corajosamente, a pandemia e os governos antipovo de Ibaneis e do miliciano fascista que está na Presidência da República. A luta se faz com unidade dos explorados, dos lutadores e lutadoras do povo, organizados e nas ruas, nos campos e com disposição de conquistar a dignidade plena rumo a uma sociedade justa, igualitária e soberana.

Marcha chega a Esplanada dos Ministérios



Segue abaixo a carta assinada pelas organizações que realizaram a marcha, qual foi distribuída aos populares ao longo do trajeto.

Abril Vermelho - Ousar lutar, ousar vencer!

A classe trabalhadora sempre manterá viva a memória dos combatentes do povo, que na luta por uma sociedade mais digna e justa sofreram a violência da classe dominante, que com o uso de seus agentes armados, públicos ou privados, assassinaram e seguem atacando quem ousa combater pelo direito à terra, à moradia, ao trabalho, por educação, saúde, liberdade e contra a opressão e a violência do latifúndio e da burguesia que segue matando impunemente.

Lembramos que, em 17 de abril de 1996, a PM do Pará, a serviço de fazendeiros na região, assassinou 17 trabalhadores rurais e deixou 69 feridos, ao atacar covardemente uma manifestação pacífica na Curva do S, na Rodovia PA-150, em Eldorado dos Carajás.

Por isso, neste momento que o povo brasileiro sofre um extermínio, aproximando-se de 400 mil mortos, devido uma ação programada por parte do governo federal e distrital, que não desenvolve as ações necessárias, indicadas pela ciência e comprovadas em todo o mundo, para enfrentar à pandemia da Covid-19, resta-nos seguir o exemplo de quem acredita que somente a união, organização e a luta da classe trabalhadora nos garantirá a vida, impedir o genocídio e barrar os retrocessos em curso.

Há uma ação coordenada para acabar com as políticas sociais e destruir o Estado brasileiro. São os cortes nos recursos públicos, o desmonte do SUS, a privatização do patrimônio nacional, reformas que retiram conquistas históricas da classe trabalhadora (com a grande imprensa fazendo propaganda como se boas fossem) e a manutenção do pagamento dos juros da dívida pública. Tudo isso causa o aumento do desemprego e possibilita que, em plena pandemia, uma dezena de ricos se tornem mais ricos, ao mesmo tempo que dezenas de milhões enfrentam a miséria. O Brasil foi assaltado por uma quadrilha de milicianos fascistas, que, sadicamente, ataca o povo brasileiro, ao mesmo tempo que, de forma acintosa, mostra o ódio que possui contra trabalhadores e quem ousa lutar pela vida e dignidade humana, com processos e prisões.

Por isso, em honra aos mártires de Eldorado de Carajás, de todos e todas que foram assassinados pelos poderosos, por agentes públicos e que ousaram lutar, seguiremos defendendo o direito à terra, trabalho, moradia, educação, saúde, vacina para todos e o fim deste governo genocida.

Honra eterna aos mártires de Abril.
Contra os despejos ilegais de Ibaneis!
Por um Primeiro de Maio de luta!
Vacina para todos já!
Auxílio emergencial de um salário mínimo!
Fora Bolsonaro!
Por um governo dos trabalhadores!

Brasília, 16 de abril de 2021

Frente Nacional de Luta Campo e Cidade – FNL
Juntos
Rede Emancipa
Partido Comunista Brasileiro – PCB
Partido da Causa Operária – PCO
Movimento Esquerda Socialista - MES-PSOL
Subverta
União da Juventude Rebelião – UJR
Unidade Popular - UP




Fotos recolhidas no grupo virtual Construindo o Socialismo, produzidas por militantes.

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