Ousar criar as condições subjetivas, as objetivas estão dadas.



Pedro César Batista

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em sua história política de décadas contra a vida, as liberdades e os direitos dos mais pobres, especialmente dos setores secularmente explorados, os povos indígenas e quilombolas, tem sido fiel em seu compromisso de classe com o imperialismo, o grande capital, os milicianos e os setores mais reacionários.

Como deputado, defendeu a tortura, a ditadura, estupros, o extermínio dos mais pobres, o racismo, chegou a propagar que se deveria metralhar sobre as favelas – o que foi feito pelo seu pupilo, Wilson Witzel, recentemente afastado do governo do Rio de Janeiro -, na Presidência do Brasil, em plena pandemia da Covid-19, com mais de 5 milhões de brasileiros contaminados e 150 mil vidas perdidas, segue tripudiando a dor, o sofrimento e a busca por justiça social. Sua canalhice e sadismo, base dos milicianos fascistas, seguem com mais força.

São mais de 13 milhões de desempregados, 50% da juventude sem trabalho, 40 milhões subempregados, sem nenhuma garantia social ou trabalhista; a fome e a miséria avançam em um trote militar; os latifundiários, liderados por Sales e Tereza Cristina, incendiam o Pantanal, a Floresta Amazônica e desmontam as leis que garantem a natureza e a vida; o obscurantismo e o patriarcado sustentam-se com Damaris e seus pastores da morte e do estupro; o patrimônio nacional é entregue aos bancos associados a Guedes; na política externa atua como agente provocador a serviço dos EUA agredindo outros povos; os milicianos se fortalecem. O Parlamento e o Judiciário brindam com o ex-capitão.

Ainda assim, onde está a resistência da classe trabalhadora? Onde estão as lideranças para forjar os combates que unifiquem, organizem e fortaleçam a consciência de classe e a defesa da soberania nacional, da dignidade humana e façam apear do poder estes traidores do povo brasileiro? A eleição divide os opositores ao fascista e seus seguidores, a proibição da coligação proporcional fortalece os grandes partidos e enfraquece a unidade e o combate unitário. É cada um fazendo por si para ganhar protagonismo e mostrar que tem mais força que a outra corrente ou agrupamento. Ousar tentar construir unidade torna-se heresia neste mundo de cristãos de esquerda e fanáticos fascistas.

Bolsonaro segue seus crimes impunemente, iniciado quando ele, ainda jovem recruta, ajudou a perseguir o Capitão Carlos Lamarca, um verdadeiro patriota, assassinado covardemente pela ditadura. Bolsonaro, herdeiro da ditadura, com seus generais lambe-botas do imperialismo, do nazismo e da burguesia, avançam em céu de brigadeiro. Nada aparenta impedir a necropolítica em curso. A grande imprensa faz análises eleitorais para 2022, repetidas por quem deveria ser rebelar e defender a ruptura com esta quadrilha comandada pelo miliciano da Barra da Tijuca.

Somente o combate, a resistência organizada e a ousadia revolucionária possibilitarão mobilizar a classe trabalhadora e o povo para derrubar o governo genocida e agente do capital internacional. Não serão bravatas, nem ações isoladas, nem campanhas eleitorais descoladas das lutas gerais e antifascista que impedirão a continuidade dos crimes contra a classe trabalhadora, os povos indígenas e quilombolas, as mulheres, os mais pobres. Ainda há tempo para derrotar o esbirro nazifascista e a burguesia serviçal ao imperialismo. Afirma Che Guevara, “nem sempre tem que esperar que se deem todas as condições para a revolução, o foco insurrecional pode cria-las”.

Dizia Lamarca, ousar lutar, ousar vencer!

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