Somente as massas podem dar um basta ao fascismo



Pedro César Batista

Não faltam motivos para que Bolsonaro e seu governo sejam impedidos e cassados. Seja motivo legais, como os ataques às instituições, a propagação do covid-19, crimes hediondos e contra a humanidade. Ainda assim, ele e sua milícia nazista segue no governo, como se fosse aceitável a prática de tantos crimes.

O que permite esse governo com tantas práticas ilegais, inconstitucionais, genocida, contra os interesses da grande maioria da população brasileira e nacionais seguir no comando do Brasil?

O que determina tudo na história é a organização e força das classes e seus interesses, definidos a partir do controle da economia, da política, das armas e do Estado para se sustentar.

O governo Bolsonaro tem compromisso com a política econômica dirigida por Paulo Guedes, que serve e atende o capital internacional e seus agentes nacionais, principalmente dos bancos, que representam 0,1% da população e controlam mais de 90% das riquezas, por isso a grande imprensa, que também são propriedade dos mesmos poderosos o apoiam. As críticas feitas pela mídia não defendem a queda de Bolsonaro, mas a garantia da execução da política econômica de Guedes. O grande capital, mesmo durante a pandemia, que dura quatro meses seguidos, tem assegurado lucros cada vez maiores. Quem sofre é a classe trabalhadora, os pequenos e médios empresários.

A classe trabalhadora sofre a falta de assistência estatal para enfrentar a pandemia, são mais de 64 mil mortes e 1,5 milhão de contaminados pelo covid-19 no país, sem nenhuma ação oficial para preservar a vida e apoiar as vítimas. Os governos seguem incentivando a abertura do comercio e da indústria para garantir os lucros do capital. Esta é a prioridade do estado. Não importa se cresce a contaminação e mortes de pobres, negros, indígenas, desempregados e os setores mais vulneráveis. Nem mesmo os exames são feitos. Chega-se ao ponto de o presidente vetar o uso de máscara e com o Ministério da Saúde propagar que as pessoas não devem seguir os cuidados necessários, bastando procurar médicos e tomar a cloroquina (sic).

Ao mesmo tempo as principais forças de esquerda não se organizam para dar uma resposta. Se o povo está sendo incentivado a seguir trabalhando, por que não acontece uma ação articulada e construída unitariamente pelo PT, PCdoB, PSOL, UP, PCO, REDE, PSTU, PCB, os movimentos camponeses, as centrais sindicais, estudantes e demais setores populares, como os povos indígenas, quilombolas e mulheres, torcidas e antifas para ocupar às ruas e exigir o afastamento do governo genocida?

Cada força segue agindo segundo seus interesses próprios, ao mesmo tempo a burguesia, apesar de aparentes diferenças, tem o único objetivo em adestrar o fascista e seu clã, assegurar que a política econômica em curso prossiga. Para o grande capital as mortes de trabalhadores se torna, inclusive, rentável, como disse uma assessora de Guedes, “a morte dos aposentados reduzirá a pressão sobre a Previdência”, ou a esposa do governador de São Paulo ao afirmar que não se deve dar nem mesmo alimentos aos que vivem em situação de rua ou o miliciano capitão que atua como um pistoleiro a serviço do imperialismo e do capital internacional.

Somente a força das ruas, as massas mobilizadas, podem mudar este quadro para que o parlamento ou a justiça possa agir é preciso pressão, muita mobilização e luta, com ações capazes de alterar a correlação de forças nas ruas, continuamente. Não será cada um por si, preocupados somente com a eleição, com o seu crescimento orgânico e com disputas menores que derrotaremos o governo fascista, entreguista, antipovo e que propaga a morte impunemente.

É preciso forjar uma ação articulada e unitária que permita ocupar as ruas (levando-se em conta a ciência e os cuidados necessários) para apear Bolsonaro, seu governo e derrotar a política econômica criminosa em curso. Nada é novo, somente as massas podem dar um novo rumo na história. Cabe às direções da esquerda e populares construir esta ação.

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