Observações em tempo de pandemia.



Pedro César Batista

1 – A burguesia se aproveita da situação para aumentar a exploração, obriga a classe trabalhadora a produzir enquanto segue em segurança, preserva e aumenta a acumulação de riquezas, define políticas e aplica sua habitual crueldade e sadismo contra as classes empobrecidas.

2 – As classes trabalhadoras não têm uma direção política capaz de apontar um caminho para a ruptura e superar a situação, organizar o enfrentamento durante a pandemia, verdadeira guerra, em que a grande maioria dos abatidos é formada por pobres.

3 – A intelectualidade de esquerda cada vez mais se distancia da realidade, afasta-se das lutas reais, desanima o enfrentamento, nega a revolução e cumpre o papel de força auxiliar da burguesia ao não incentivar a organização, unidade e o combate, abstraindo-se em análises estéreis e alheias a grande massa.

4 – A pandemia avança, eliminando parte significativa da classe trabalhadora, com as organizações populares atuando em uma perspectiva cristã da solidariedade – o que é útil nestes tempos, sem animar a luta revolucionária, possibilitando que os setores reacionários atuem livremente e sozinhos entre as camadas empobrecidas em templos nada cristãos.

5 – O nível de oportunismo e carreirismo predominante entre quem se diz ligado ao povo e as suas lutas, preocupados apenas em preservar seu micro poder, altos salários, bons cargos e seus privilégios.

6 – Lê-se e se ouve muitos discursos em nome da revolução, da busca de justiça, da igualdade, sem nada de concreto se fazer para organizar esta ação, sem atuar nem mesmo para unir quem faz o mesmo discurso, apenas se deseja satisfazer prazeres individuais, no máximo de seus grupos e correntes, enquanto a burguesia segue com seus pastores, milicianos e soldados alimentando a morte e a desesperança.

7 – É necessário buscar a organização e unidade nas ações contra a pandemia, a milícia e os fascistas, forjar o amanhã, mesmo no tempo atual, criar as condições para derrotar a classe dominante, os donos das terras, dos bancos, das redes de comunicação e que controlam o poder, construindo a luta revolucionária, o fim da exploração, da propriedade dos meios de produção, deste estado assassino reaprendendo a conspirar, indignar-se e fazer o bom combate.

8 – A solidão predominante precisa ser transformada em labaredas, acender a indignação, a consciência de classe, histórica e romper a letargia, a passividade, o medo, o oportunismo e a ignorância, o que é possível com uma direção revolucionária, que nascerá da unidade de todas as forças que se auto afirmam defender uma sociedade igualitária e justa nas lutas diárias e cotidianas.

9 – A locomotiva da história segue em alta velocidade, sem nada para detê-la, é preciso assumir o comando e dar a direção que os tempos atuais exigem de quem se auto denomina revolucionário.

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