Lênin, o comandante de todos os tempos.



Pedro César Batista

Há exatos 150 anos nasceu Vladimir Ilitch Ulianov, mais conhecido como Lênin. Em 22 de abril de 1870 veio ao mundo o comandante da Revolução de Outubro, condutor do maior e verdadeiro assalto aos céus, um raio ao meio dia, que trouxe à humanidade a prova da capacidade revolucionária do proletariado em assumir as rédeas de seu destino e construir uma nova história. Sua família morava em Ulianovsk, antiga Simbirsk, nas margens do Rio Volga, região central da Rússia.

Filho de mãe e pai professores, teve cinco irmãos, apenas quatro conseguiram viver. Na década de seu nascimento, o Império russo desencadeou uma cruel repressão contra o seu povo, da qual sua família não escapou. Alexandre, seu irmão mais velho, era ligado a um grupo revolucionário que havia tentando o assassinato do Rei Alexandre III, por isso acabou, aos 19 anos, sendo executado pelo governo.

Em São Petersburgo estudou Direito e Lênin ligou-se a círculos clandestinos marxistas, onde conheceu Krupskaia, professora e militante revolucionária. Juntos dedicaram-se a formação de células revolucionárias em polos industriais. Lênin foi preso em dezembro de 1895 e, em seguida, prenderam Krupskaia, durante uma greve. Ficaram presos na Sibéria, onde se casaram em 1898.

Em 1900, Lênin e Nadezhda Krupskaia seguiram para a Suíça, depois de enfrentarem a prisão na Sibéria. Militavam no Partido Operário Social - Democrata Russo (POSDR), que combatia o czarismo e lutava pelo socialismo. Conseguiram angariar recursos e começaram a editar o jornal Iskra (“A Centelha”). A primeira edição saiu em dezembro desse ano e cumpriu um papel determinante para a criação do Partido Bolchevique. O Iskra publicou, em 1902, o Estatuto do Partido e sustentou uma dura luta política contra o “economicismo”, o nacionalismo pequeno burguês e o liberalismo. A rede de colaboradores do jornal constituiu o núcleo do partido Bolchevique, que acabou caindo nas mãos dos “mencheviques”, reformistas que defendiam que o proletariado estivesse sob a direção da burguesia. O Partido terminou por perder o Iskra e organizou o Proletari, novo jornal que Lênin assumiu a direção.

A capacidade intelectual de Lênin fez com que ele produzisse dezenas de documentos, textos e livros, os quais são de importância fundamental na luta revolucionária, materiais de leitura obrigatória à militância pela atualidade da linha política indicada pelo grande dirigente. Lênin fez o que ele escreveu, aplicou a teoria revolucionária para organizar o maior movimento revolucionário de todos os tempos, que foi a Revolução de Outubro.

Em O que Fazer?, escrito em 1902, Lênin destacou a importância do Partido e de um jornal que servisse para fazer a agitação, a propaganda e contribuísse na organizar da revolução, dando direção à militância e apontando o caminho a seguir. Orientação que segue precisa e atual. Serve muito para os dias de hoje. Passaram-se 118 anos e as direções da esquerda brasileira ainda não entenderam a necessidade do partido e jornal revolucionário.

Lênin acertou plenamente ao mostrar a necessidade do combate ao reformismo e à colaboração de classe, tese defendida pelos sociais democratas e os reformistas antes da Revolução de Outubro e que segue sendo sustentada na prática de muitas organizações que se propõem a ser de esquerda. O discurso de conciliação e de colaboração de classes foi derrotado, por isso a vitória da Revolução de Outubro, que assegurou a implantação de Programa Socialista. O novo poder, que teve como base os sovietes, composto de operários, marinheiros, soldados e camponeses, possibilitou a organização do Estado sob o controle do proletariado, liderados por Lênin, o que iniciou uma nova fase na história da humanidade com a construção da pátria socialista.

Antes da vitória em outubro de 1917, Lênin escreveu O Estado e a Revolução, onde sistematizou o pensamento de Karl Marx e Friedrich Engels sobre a construção do Estado proletário, que necessitaria, para ser vitorioso, de uma ditadura de classe, o oposto da ditadura burguesa que serve aos banqueiros e aos proprietários, mas a implantação de um Estado forte, sustentado na unidade e organização do proletariado, como se deu na Rússia com a Revolução de Outubro. O mesmo que é preciso em qualquer parte do mundo para a construção de uma nova ordem social e econômica, que derrote definitivamente a burguesia e o capitalismo. Lênin detalhou os instrumentos usados pela burguesia para controlar o Estado, os quais deveriam ser substituídos por um Estado de novo tipo, controlado pela classe trabalhadora, com novas normas, uma nova cultura e um novo tipo de relação social, criando as condições para avançar rumo ao comunismo.

Escreveu Lênin que a “democracia capitalista - inevitavelmente estreita, que afasta dissimuladamente os pobres e, por isso, inteiramente hipócrita e enganadora - o desenvolvimento para a frente não leva simplesmente, diretamente e sem choques “a uma democracia cada vez maior”, como apresentam as coisas os professores liberais e os oportunistas pequeno-burgueses. Não. ” Sem a organização e preparação revolucionária da classe trabalhadora não será possível dar este salto na construção de um estado verdadeiramente a serviço das maiorias de democrático. Somente com a Revolução Socialista isto é possível.

Continua Lênin em O Estado e a Revolução: “Limitar o marxismo à doutrina da luta de classes significa truncar o marxismo, deturpá-lo, reduzi-lo ao que é aceitável para a burguesia. Só é marxista aquele que alarga o reconhecimento da luta de classes até ao reconhecimento da ditadura do proletariado. Nisto consiste a diferença mais profunda entre o marxista e o vulgar pequeno (e também grande) burguês”. Assim tem sido feito por inúmeros revisionistas, conciliadores e traidores que negam a necessidade da preparação revolucionária do proletariado para a efetiva tomada do poder e a construção do Estado sob o controle da classe trabalhadora.

A genialidade de Lênin no texto O Imperialismo, fase superior do capitalismo mostra a fase que o sistema capitalista chegaria em seu desenvolvimento, com a formação dos monopólios, o controle do capital financeiro em todas as áreas da economia e a sua expansão mundial, com crises que levariam ao aprofundamento da exploração das riquezas naturais e do trabalho.

Neste ano em que se faz 150 anos do nascimento de Lênin, em plena pandemia do Corona vírus vemos os crimes do capitalismo e da burguesia, em sua atual fase, impondo cegamente, cruelmente e de forma sádica a opressão, exploração e exigindo que a classe trabalhadora siga se sacrificando para garantir os lucros do capital. Para enfrentar o covid-19 é necessário isolamento e quarentena, o que a burguesia tem condições de fazer, entretanto, para os milhões de operários, prestadores de serviços e trabalhadores das mais variadas categorias os ricos proprietários defendem o fim do isolamento e a imediata volta ao trabalho. A burguesia e seus governos exigem que se trabalhe normalmente em tempo de pandemia, assim sempre foi. Todas as vezes que há algum risco para o capital, durante as crises do sistema capitalista, os patrões e proprietários, usam seus governos para impor mais sacrifícios ao proletariado.

E foi justamente o que Lênin deixou em seu exemplo, a importância da organização consciente e revolucionária da classe trabalhadora para enfrentar e derrotar a burguesia e o capital. Esta é a principal tarefa do momento.

Lênin se foi em 21 de janeiro de 1924, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS estava em fase de implantação e ao longo de 73 anos, durante uma estação da história, deixou os ensinamentos devidos para que sejam criadas as condições subjetivas necessárias para derrotar definitivamente o capitalismo e o imperialismo, com a construção do partido revolucionário, da consciência de classe, formação de milhões de mulheres e homens dispostos a assaltar os céus, fazer ocorrer um novo raio ao meio dia e efetivamente conquistar a plena liberdade humana, com a construção da sociedade socialista.

Lênin faz parte dos homens que nunca morrem, seu exemplo, seus ideais e compromissos seguem presentes na ousadia e coragem da luta pela conquista do socialismo, rumo à sociedade comunista, onde existirá a plena emancipação da espécie humana.

Lênin sempre viverá!!
Viva a Revolução de Outubro!!
Viva o Socialismo!!
150 anos do nascimento de Lênin!!

Publicado inicialmente em https://conazb.wixsite.com/conazb/post/l%C3%AAnin-o-comandante-de-todos-os-tempos
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