Quem és tu?



Quem és tu?
Falas que quer a revolução, mas não divide o pão,
Vivendo em tua cobertura de milhões,
Ages como um legítimo burguês,
Preocupado com teu conforto e luxo.

Quem és tu?
Falas que és cristão,
Enquanto afirma:
- bandido bom é bandido morto.

Quem és tu?
Que se autoproclama revolucionário,
Agindo como um pequeno burguês,
Atribulado com teu gordo salário.

Quem és tu?
Afirmas que és solidário,
Repartindo teus restos,
Priorizando teus bichos de estimação,
Atormentando os pobres e miseráveis.

Quem és tu?
Discursas contra o imperialismo,
Enquanto organiza tua viagem para Miami e Las Vegas.

Quem és tu?
Com teu rompante cristão comunista,
Sem se sentar com quem não é da tua organização,
Nem se juntar com quem está na mesma trincheira.

Quem és tu?
Diz-se humanista,
Exalando o veneno, maledicência,
Provocando intrigas,
Desanimando a vida.

Quem és tu?
Sempre se fazendo de vítima,
Provocando dores,
Espalhando falsidades,
Colocando-se como um coitado.

Quem és tu?
Falas que representas o povo,
Que ignoras, manipulas,
Promete céus,
Iludindo para preservar teu poder.

Quem és tu?
Que continuas sendo um peixe morto,
Sem enfrentares a correnteza,
Dizendo-se conspirador,
Vivendo como uma folha ao vento.

Quem és tu?
Lambes as botas e sacos de poderosos,
De quem tem qualquer poder,
Destratando os iguais,
Autoproclamando-se justo.

Quem és tu?

Pedro César Batista

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