A guerra das elites destrói o Brasil

Se os de cima estão divididos, cabe aos de baixo se unirem, organizarem-se e ocuparem às ruas, pararem todos os locais de trabalho, os meios de transporte e os serviços públicos, efetivamente tomar para si as rédeas da história. A responsabilidade em derrotar os fascistas é das forças de esquerda, que não podem seguir separadas e devem ser as responsáveis pela unidade de todas as forças progressistas para impedir que a noite do fascismo se fortaleça.

Pedro César Batista














Vive-se um conflito aberto entre as quadrilhas das elites brasileiras, todas agindo a serviço do grande capital internacional para abocanhar as riquezas nacionais. São elas:

A Lava – Jato, criada e comandada pelos EUA, treinou e colocou juízes e procuradores com a tarefa de desconstruir a economia nacional, desacreditar a política, combater a esquerda, garantiu à cassação da presidente Dilma, a prisão do ex-presidente Lula e pavimentou o caminho para a eleição de um representante da ultradireita, com ligações e servil aos extremistas norte-americanos. Incentivou a organização de extremistas de direita. Os números de empresas falidas e do desemprego comprovam o resultado da ação do grupo de juízes e procuradores, que destruíram a indústria naval e provocaram uma crise econômica sem precedentes, com destaque para o desmonte da maior empresa nacional, a Petrobras. Toda a ação reforça a política ultraliberal de que se deve privatizar as estatais, bancos e os serviços públicos. Sérgio Moro assumir o Ministério da Justiça do governo fascista foi como o reconhecimento público do papel desempenhado pelo agente para destruir a política nacional desenvolvimentista em curso e a desacreditar as políticas de esquerda e centro-esquerda.

Os milicianos, força que tem praticado crimes de tráfico de drogas, contrabando de armas, assassinatos de civis e opositores e eleito parlamentares em todo o país. Já na eleição de 2014, muitos deputados mais votados em vários estados do Brasil eram policias ou civis matadores ou que comandavam matadores, com um discurso de que bandido bom é bandido morto, de que é preciso combater os Direitos Humanos e culpabilizando a esquerda como apoiadora de criminosos e bandidos. Os programas policiais apresentados nas televisões sustentam esse discurso, disseminando e formando uma base protofascista. A eleição de Bolsonaro, representante da milícia mais poderosa, a do Rio de Janeiro, que mesmo com a ocupação do Exército e uma atenção midiática muito destacada, seguiu praticando seus crimes impunemente, inclusive assassinando a vereadora Marielle, que colocava em risco a eleição de Flávio Bolsonaro, então deputado estadual e candidato ao senado, representou a maior vitória desse setor criminoso. O segmento colocou um representante na Presidência da República.

As Forças Armadas, predominantemente com uma ideologia anticomunista, formada na Escola de Agulhas Negras e com oficiais que ainda pregam a tese do combate ao inimigo interno e da segurança nacional, embarcou na aventura dos agentes da Lava – Jato e de milicianos, apoiando o capitão miliciano e indicando o vice-presidente, general Mourão, como uma espécie de inspetor para controlar as aventuras e loucuras do capitão. Teve papel destacado para manter Lula preso, quando o STF votou um dos pedidos de Habeas Corpus, ameaçando a democracia e a legalidade publicamente, sem sofrerem nenhuma admoestação de quem quer que fosse. Pelo contrário, colocaram um general como assessor do presidente do STF.

A mídia golpista, comandada pela rede globo, que se sustenta com a propagação de um discurso ideológico a favor do ultra liberalismo, de mentiras contra as forças de esquerda e populares e manipulando os fatos, como fez para criar o sentimento antiPT, que alimentou a eleição do governo fascista.

Essas forças receberam o respaldo e apoio fortíssimo da imprensa, especialmente da rede globo, que deu sustentação ao plano golpista e de traição nacional em curso, provocando a bancarrota da economia nacional e visando abalar a autoestima nacional, colocando o país de joelhos para atender os interesses dos EUA, como evidenciado na viagem do capitão a Washington, quando mostrou características de um adolescente viajando pela primeira vez ao seu país das maravilhas.

A Lava-Jato, os milicianos e as forças armadas começam a se desentender.

A Lava-Jato ao receber um chega pra lá do STF, quando passou a investigar os ataques e retirou poderes dos juízes e magistrados da república de Curitiba passaram a fazer ataques públicos, inclusive chamaram, através de movimentos de ultradireita, em 17 de março passado, manifestações pedindo uma intervenção militar no STF. As ações criminosas da Lava – Jato também inclui a tentativa de “roubar” o patrimônio da Petrobras, apropriando-se da soma de 2,5 bilhões de reais da empresa para instalarem um grupo político de extrema direita, com a criação de uma Fundação privada para gerir os recursos.

A prisão do ex-presidente, Michel Temer, faz parte da encenação montada por este grupo, que visa desviar a atenção do grupo palaciano do Planalto e justificar a prisão do ex-presidente Lula, resultante de uma farsa processual, com o único objetivo de levar à presidência o capitão miliciano. É uma resposta de Sérgio Moro ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, que tem feito duras críticas ao funcionário da CIA e ex-magistrado. Moreira Franco, preso com Temer, é sogro de Maia. Bretas, o juiz que decretou a prisão de Temer e Moreira é conhecido por suas práticas arbitrárias e posições reacionárias. É uma briga entre as quadrilhas que saqueiam o país. Com as atenções voltadas para a prisão do golpista Temer, a Lava-Jato, com seu grupo servil aos EUA e de traidores da pátria, o grupo de milicianos do Planalto sai das notícias, tentando omitir a prática de assassinatos da milícia bolsonarista, dos desvios de recursos em laranjais e lhe dão sobrevida para avançar com o desmonte do patrimônio nacional e a retirada de direitos dos mais pobres.

A Lava – Jato cada vez mais se desmoraliza, com suas ações de traição nacional. A visita do capitão e seu ministro da Lava - Jato à sede da CIA, durante a visita aos EUA evidenciou o quanto este governo trai os interesses nacionais. Por isso, prender Temer vem em uma hora de muita importância para desviar a atenção.

As forças da Lava- Jato atuam abertamente para destruir a soberania nacional, o que tem provocado certo incômodo com setores das Forças Armadas, que está sendo levada a se posicionar diante da ação agressiva e contra a soberania da Venezuela incentivada pelo EUA e repetida pelo capitão, que rasga a Constituição brasileira e a tradição pacífica e de respeito a soberania de outros povos que o Brasil sempre teve. O mal estar está instalado entre as forças golpistas.

As contradições entre os setores a serviço do grande capital estão vindo à tona, transbordam como vermes saindo dos esgotos. Precisam cumprir a tarefa que lhes foi dada pelo grande capital, que é a privatização da previdência, da Petrobras, das empresas nacionais e a formação de uma massa que não consiga compreender os crimes de lesa pátria e de alta traição praticados por estes setores contra o povo brasileiro. São serviçais do capital internacional e precisam cumprir a tarefa que lhes foi dada, o que não será fácil.

A unidade das forças progressistas pode derrotar os fascistas.

Cabe as forças de esquerda construir a unidade capaz de desalojar os inimigos das classes trabalhadoras do poder. Há uma insatisfação generalizada, diante do desemprego, dos altos preços e das evidências sobre a farsa que foi o processo eleitoral de 2018, quando o candidato dos poderosos capitalistas, aproveitando-se das ações da Lava - Jato, da Lula preso, dos recursos tecnológicos e com orientação dos EUA e Israel venceu uma eleição fraudulenta. A cada dia mais fica evidente a ligação do grupo de milicianos do Planalto com o assassinato de Marielle, mostrando que a quadrilha no governo é muito mais que corrupta, também é formada de traidores da nação, serviçais dos inimigos do povo, assassinos, traficantes e contrabandistas. Está tudo sendo mostrado, apesar de tudo fazerem para esconder.

Unir as forças progressistas é determinante para derrotar os inimigos do povo.

A luta contra a reforma da previdência está na ordem do dia, exigindo uma mobilização e ação unificada, como a construção de uma paralisação nacional, que mostre a força das classes trabalhadoras aos traidores do povo. No dia 22, amanhã, serão realizados atos em todo o Brasil, que precisam ser reforçados. Somente a mobilização popular impedirá mais este crime contra os mais pobres.

Os EUA estão por trás de todas as ações: deram o golpe, cassando Dilma, organizaram e treinaram a equipe da Lava-Jato, que prendeu Lula e desconstrói a economia nacional, coordenaram a campanha do fascista, que usou e abusou de mentiras (fakes) e segue impune, com a inação do poder judiciário. O capitão fascista segue fazendo provocações ao povo brasileiro, ao povo venezuelano, propagando que invadirá o país irmão, apesar de ser desmentido constantemente por seus auxiliares. A reforma da previdência é a tentativa de dar mais um duro golpe contra as classes trabalhadoras e os setores mais pobres do país.

Barrar estas ações criminosas do imperialismo e do governo fascista exige a unidade das forças progressistas, populares e de esquerda, defendendo o fim do arbítrio, com a libertação do presidente Lula e o julgamento dos crimes dos agentes dos EUA que atuam na Lava-Jato e dos milicianos que estão no Planalto e pelo Brasil a fora.

Não será apenas com discursos, bons programas e ações institucionais que os fascistas serão derrotados, somente com unidade, que será resultado de ações e lutas em defesa dos interesses dos mais necessitados e do patrimônio público. A defesa da soberania da Venezuela e da paz na América Latina faz parte da luta anti imperialista, contra seus lacaios e traidores dos povos. É preciso ocupar às ruas, denunciar os inimigos da verdade e dos interesses nacionais e populares.

Se os de cima estão divididos, cabe aos de baixo se unirem, organizarem-se e ocuparem às ruas, pararem todos os locais de trabalho, os meios de transporte e os serviços públicos, efetivamente tomar para si as rédeas da história. A responsabilidade em derrotar os fascistas é das forças de esquerda, que não podem seguir separadas e devem ser as responsáveis pela unidade de todas as forças progressistas para impedir que a noite do fascismo se fortaleça.

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