Após assassinato de adolescente de 15 anos, povo Guarani Kaiowá faz retomada de terras indígena.



O crime aconteceu no sábado (16/02). Três jovens Guarani Kaiowá da aldeia Tey'ikue, município de Caarapó/MS, saíram para pescar nas margens do córrego Mbope'i. Na ocasião, três pistoleiros perseguiram os adolescentes. Dois deles conseguiram fugir. Denilson Barbosa de 15 anos, foi capturado pelos jagunços e assassinado com três tiros: dois na cabeça e um no pescoço. Suspeita-se que o mandante do crime é o fazendeiro Oladino, proprietário da fazenda Sardinha. O corpo do adolescente foi encontrado na manhã deste domingo, 17, na estrada vicinal a sete quilômetros do perímetro urbano.

Em protesto ao assassinato do jovem, mais de 500 indígenas Guarani Kaiowá, retomaram na noite de segunda-feira (18) a terra indígena a qual a fazenda Sardinha está instalada. Somente a Polícia Civil apareceu no local do crime para fazer a perícia criminal. Segundo indígenas que estão no local da retomada, até a noite dessa segunda-feira (18), a Fundação Nacional do Índio (Funai) não apareceu no local do conflito. A Procuradoria Geral da República foi acionada e garantiu o envio da Força Nacional para a região a partir de terça-feira (19).

O clima é de tensão na retomada da terra indígena e muitos dos indígenas temem novos ataques dos jagunços. Porém, a decisão dos indígenas é resistir em protesto ao assassinato do adolescente Kaiowá Guarani e em defesa das terras tradicionais.

Os indígenas Guarani Kaiowá pedem, neste momento, todo apoio e solidariedade das entidades e militantes para que possam resistir na retomada indígena, comparecendo ao local e ajudando a divulgar a situação!

Por, Jardel Santana - estudante de psicologia e participante do Acampamento de Observadores Internacional dos Guarani Kaiowá, via Comitê Internacional de Solidariedade ao povo Guarani Kaiowá, para O MIRACULOSO.

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