MST inicia movimento relembrando o massacre de Eldorado dos Carajás

A jornada inicia hoje com acampamento no Trevo do Lagarto em Várzea Grande



Relembrando o massacre de Eldorado dos Carajás no Pará, a Direção Estadual do MST (Movimento dos Sem Terra) em Mato Grosso, realiza uma jornada de luta nacional por Reforma Agrária pela Vida e Contra a Impunidade. Em Mato Grosso a mobilização na capital inicia hoje (11/04) e segue até o dia 08 de maio. O movimento monta o acampamento ‘Eldorado dos Carajás’ no Trevo do Lagarto do dia 11 até 17/04.

No próximo dia 17/04 completam 15 anos do massacre de Eldorado dos Carajás no Pará, onde 19 Sem Terra foram mortos e até hoje o crime permanece impune. De acordo com assessoria do MST estadual, os dados da violência no campo dos últimos 25 anos vêm reafirmando essa postura de impunidade, adotada pelas autoridades brasileiras, até 2010 foram assassinados 1.542 trabalhadores, desses apenas 8 foram julgados, dos vinte (20) mandantes envolvidos, somente dois (2) foram presos, no entanto, já estão em liberdade provisória.


A partir do dia 18 eles realizam uma caminhada por Várzea Grande, combinada com um Ato Político, juntamente com moradores de alguns bairros da cidade, com o objetivo de denunciar o estado de abandono que se encontra o município. Já no dia 19, a caminhada será na capital que terá encerramento com um Ato Político, conjuntamente com moradores de Cuiabá, para denunciar o descaso que o poder público tem para com a população.

Após o ato os integrantes do movimento seguem rumo ao que eles chamam de INCRAvado, para fazer reivindicações por Reforma Agrária e melhores condições de vida no campo.


O MST cobra do Governo Federal os seguintes pontos da pauta nacional: Cumprimento das metas do Plano Nacional de Reforma Agrária de 2005 - Assentar 100 mil famílias ano; Revisão dos índices de produtividade. O Atual índice é de 1975; Reestruturação e fortalecimento do INCRA com valorização dos servidores e concurso público urgente; Mais Qualidade para os Assentamentos – Escolas, saúde, lazer; Plano Emergencial para Assentar 90 mil famílias que estão acampadas vivendo em péssimas condições; Aumento de recursos para o PRONERA; Renegociação das dívidas dos assentados e liberação de créditos para as famílias assentadas; Construção de Agroindústrias cooperativadas nos assentamentos; Incentivo a Produção agroecológica;Universalizar a Assistência Técnica para todas as famílias assentadas.


Já as reivindicações no Estado são: Assentamento imediato de 2.500 famílias; Infraestrutura básica para os assentamentos, como estradas, postos de saúde da família, melhoria as escolas do campo e principalmente água potável; Assistência técnica para todas as famílias assentadas; Cursos técnicos e superiores para assentados e seus filhos/as; Reorganização do INCRA com pessoas no comando que tenham mais disposição de resolver os problemas dos acampamentos e assentamentos, que tenham mais capacidade técnica e administrativa e vontade política de negociar com os movimentos sociais, governo do estado e prefeitos.


O MST destaca que Mato Grosso é principal Estado do agronegócio, mas também o principal Estado em uso de agrotóxico, é o segundo em desmatamento e em trabalho escravo. E denuncia que o Estado praticamente não tem nenhuma política efetiva de incentivo à agricultura familiar que consta hoje com mais de 140 mil pequenos agricultores (mais de 500 mil pessoas de mato-grossense que daria em torno de ¼ da população).

No dia 18 também acontece negociação com as prefeituras de Mirassol D'Oeste e Tangará da Serra e mobilização em Cáceres.



Fonte: ExpressoMT com Assessoria

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