6 de dezembro de 2014 – 26 anos sem João Batista
Mais um ano marca o assassinato do advogado e deputado estadual do Pará, João Carlos Batista, militante da luta do povo brasileiro e da classe trabalhadora internacional contra a exploração e a opressão imposta pelo capital e defensor do socialismo e da verdadeira emancipação humana.
No dia 6 de dezembro de 1988, logo após participar de uma
sessão no Plenário da Assembleia Legislativa do Pará, que debatia o Regimento
Interno da Constituinte Estadual, Batista denunciou, mais uma vez, uma ameaça
de morte que havia sofrido dois dias antes por parte de dois oficiais da PM
paraense (sempre a PM).
Decorridos 26 anos do crime, dois pistoleiros foram presos.
Um, antes do júri, foi degolado dentro da Penitenciária de Americano. Outro foi
condenado. Depois de passar alguns anos preso, encontrava-se “prestando
serviços” como matador para a PM do Piauí, quando foi assassinado em um crime
de queima de arquivo. Até hoje, nenhum mandante foi indiciado ou punido, apesar
de existirem muitos indícios sobre quem foram os mandantes do assassinato de
Batista ninguém foi preso e julgado.
Mais de duas décadas se passaram desde o assassinato de
Batista e a luta em defesa da Reforma Agrária e dos direitos dos trabalhadores
do campo e da cidade continua, exigindo mobilizações populares. O governo
Lula/Dilma, por 12 anos, sustenta-se em aliança com o agronegócio, o latifúndio
e políticos fisiológicos, inclusive membros da UDR - organização paramilitar
responsável pelo assassinato de dezenas de lideranças de trabalhadores rurais,
como a senadora Kátia Abreu.
Esse quadro exige a retomada do trabalho de formação,
organização e mobilização, resgatando as tradicionais bandeiras das lutas da
classe trabalhadora. O confronto histórico está dado de forma clara e dura,
como sempre foi, de um lado os proprietários, sustentados por seus serviçais; e
do outro, todos os que vivem do seu trabalho, manual e intelectual.
Resgatar a memória dos combatentes do povo é mais que
necessário, o que possibilita nortear os caminhos a serem trilhados pelo povo e
por aqueles que ousam enfrentar os poderosos, evitando assim a manipulação e os
desvios de rota.
João Carlos Batista foi um dos exemplos de combatente do
povo, que não se deixou cooptar, nem se rendeu, nem se vendeu, e acabou por ser
vítima da violência dos latifundiários e capitalistas que não hesitaram (nem
hesitam) em matar para garantir seus privilégios.
A história mostra que o caminho é a unidade dos lutadores e
lutadores do povo para o combate, firme, organizado e revolucionário para
conquistar a verdadeira liberdade e emancipação humana.
João Batista, presente!
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