Dinossauros são os capitalistas



Por Pedro César Batista

Acabo de assistir entrevista que concedi a minha filha, Mariana Batista, no programa Letras & Livros, da TV Cidade Livre de Brasília, e verifico o quanto é necessário ser firme no combate aos valores pequeno-burgueses propagados pelo capitalismo.

Recentemente ouvi de um especialista em linguística a história sobre o tempo e recursos gastos pelo Pentágono para criar a palavra narcoguerrilha. A Embaixada dos EUA na Colômbia pesquisou muito naquele país e na América Latina para criar essa palavra, com isso buscou vincular os guerrilheiros aos narcotraficantes. Como os guerrilheiros das FARC e do ELN – EP têm resistido por décadas, enfrentado os mais duros ataques militares, era preciso aumentar a campanha publicitária, para colocar a opinião pública contra aqueles que ousavam enfrentar as milícias e os traficantes. Essa pesquisa chegou ao ponto de vincular o bandido brasileiro, Fernandinho Beiramar, a guerrilha colombiana. Até ai nada de novo na contra informação, porém a repetição desenvolvida pelos meios de comunicação fez com que esse termo passasse a ser repetido pela sociedade e pelos meios de comunicação, como se de fato existisse essa ligação.

Voltando a entrevista que dei para minha filha, argumentei durante a conversa que os verdadeiros dinossauros são os capitalistas, no entanto, assim como a palavra narcoguerrilha caiu no gosto de mídia e da sociedade, o mesmo ocorreu com o termo dinossauro, para identificar aqueles que ainda ousam defender o comunismo e combater o sistema capitalista.

A prática das classes dominantes ao longo da história da humanidade é cruel. Espártacus e centenas de gladiadores que ousaram enfrentar o império Romano foram crucificados ao longo da via Ápia, mas falam apenas de uma crucificação, que incentiva as pessoas a serem servis e darem a César o que é de César. Combater César? Nem pensar.

Assim tem sido na história recente, pois não faltam massacres de trabalhadores que se arriscam a se organizar e lutar por direitos e dignidade. Assim tem sido com o desenvolvimento econômico, que não leva em conta a vida, nem a natureza, mas somente o mercado. Assim tem sido na arte, na cultura, na política e se verificarmos a prática dos exércitos, então estes têm sido cruéis. Apenas em um caso mais recente, que foi o Iraquiano, são milhões de mortos e tantos outros que continuam morrendo. A violência urbana crescente, resultado do incentivo desesperado para se consumir, o que transforma as pessoas em simples moeda para acumular riquezas nas ações das poucas corporações que controlam o mundo.

Por outro lado, os comunistas e socialistas, têm uma experiência histórica de menos de um século, pois a revolução russa é de 1917, assim como outras experiências que praticam outra forma de relação econômica e social em suas nações. Cuba é de 1959. E ainda assim a velha mídia, a serviço do grande capital, conseguiu fazer com que se repita que somos dinossauros. Pelo contrário, somos nós, os comunistas, o florescer de um novo tempo, o germinar de uma utopia em construção.

Dinossauros são os mercadores de vida, de riquezas e de sonhos, os quais têm mais de meio milênio, provocando a destruição de culturas, dizimando povos e sustentando-se nas mentiras e na acumulação de riquezas graças ao trabalho de bilhões de homens e mulheres, que embriagados mais consomem e desejam consumir para preservar esse carcomido sistema, que precisa ser colocado em seu verdadeiro lugar na história, o lixo.

PS. Filha, obrigado pela entrevista. Adorei.

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